domingo, 31 de dezembro de 2006

O DIAGNÓSTICO

Na maior parte das vezes, o diagnóstico é feito pela própria paciente. Isto porque as varizes são formações que se externam nos membros inferiores e é possível notar as dilatações das veias logo em seus estágios iniciais.
Muitas vezes, há confusão em relação à veias que são estruturalmente normais, mas com maior ou menor grau de dilatação visível, daquelas que são realmente varicosas.
É comum ver mulheres no consultório, que tem dúvidas a respeito de ser uma ou outra veia da perna, realmente varicosa.
Algumas até se espantam quando faço o diagnóstico de varizes, em veias que imaginavam serem “normais”. Dizem que nunca procuraram o especialista, pois achavam que se tratasse de veias comuns das pernas e por isto nunca se sentiram incomodadas, até o dia em que os sintomas começaram.
O contrário também é verdadeiro. Existem aquelas que vão ao consultório buscando um tratamento para uma determinada veia “varicosa”, mas que ao exame clínico revelasse como uma sendo uma veia absolutamente normal.
Um exemplo comum: Algumas veias estão presentes em certas localizações fixas, como, por exemplo, a Veia Safena, que em mulheres magras, faz uma pequena protuberância junto ao tornozelo. Por vezes, esta veia fica um pouco mais saliente devido a estar junto de uma estrutura óssea, sendo então confundida como sendo varicosa.
É claro que o nosso objetivo é identificar e tratar as varizes, o mais cedo possível, para que não haja necessidade do diagnóstico ser feito, de forma tão inconveniente, digamos assim, por uma parente ou amiga, que, sem querer, faz o diagnóstico (leia-se crítica), com aquele (leia-se crítico) comentário “informal”.
Embora possa parecer simples, não é apenas através do fator visual que se faz um diagnóstico de varizes dos membros inferiores. Aceitar-se que, apenas ao olhar para as pernas e ver veias dilatadas, é suficiente para se fazer um diagnóstico, seria um minimalismo um tanto quanto incerto e impreciso.
Na análise do diagnóstico, fatores como sintomas referidos, sinais observados e exames complementares, são aliados do médico que lida com esta situação clínica.
Dentre os sintomas, a dor nas pernas, é a mais presente nas consultas. Quanto maior for a precisão em localizar a dor, maior a possibilidade de estar associada à presença de varizes. Dores que envolvem toda a perna, desde a raiz da coxa até o pé, tem maior chance de estarem vinculadas com alguma outra doença.
Algumas vezes, mesmo o exame muito minucioso, pode não mostrar a presença de varizes, de forma direta, ou seja, pela sua presença incontestável, em tal ou qual paciente. Mas, sinais indiretos, como, por exemplo, manchas acastanhadas que ocorrem na região próxima aos tornozelos, podem servir de subsídios para um alto índice de suspeição.
Os exames mais comuns aplicados ao diagnóstico, antes através de meios clínicos, com complicadas manobras de garroteamento (apertavam-se fortemente as pernas, com tiras e faixas), foram atualmente substituídos por exames com aparelhagem de ultra-som, que permite ver as veias, medir fluxos, observar características dinâmicas e analisar as alterações morfológicas de veias e artérias, tanto
superficiais quanto profundas nas pernas, sem necessidade de injeções de contrastes.
Mas nem todos os casos devem ser, via de regra, investigados com todo o arsenal tecnológico disponível, por ser absolutamente desnecessário e infrutífero. Para as situações onde haja uma necessidade de comprovar a presença de varizes, ou mesmo de suas complicações, modernos métodos de diagnóstico por imagem, que vão ser importantes em uma decisão do médico, por exemplo, na escolha do tratamento ideal para um determinado paciente, tem uma indicação mais precisa e racional.
Sobretudo, além de qualquer outro exame, o diagnóstico também é clínico, baseado na conversa entre médico e paciente.
Mesmo a paciente que chega ao consultório, sem qualquer queixa clínica, como dor na perna, por exemplo e apenas querendo fazer um tratamento com finalidade estética, deve ser ouvida em relação a tratamentos anteriores, possíveis doenças, alergias, etc.

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